quinta-feira, 30 de julho de 2009

2° Capítulo - DTDA

Eu fui voltando pra sala, arrumei meu material e fui pra outra aula de matemática. Eu odeio essa matéria, mas só fui porque era meu dia de azucrinar a cabeça da professora, a tal da Tifânia. Ela era uma bruxa, eu a odiava muito, sempre desde quando eu era ‘meiga e fofa’. Ela pra minha infelicidade total, me deu uma das piores notícias da minha vida.

- O trabalho do professor Rubens de artes será complementado com todas as matérias, então voces vão passar o ano todo junto com suas duplas em todas as matérias, e sem questionamentos. – ela sentou-se na cadeira.
- Que droga, porque eu vou ter que fazer com esse muleque tendo o Alex pra fazer comigo? – reclamei.
- Sem questionamentos. – ela gritou.
- Eu te odeio e voce sabe disso, então não me provoca. – eu falei aumentando o tom da minha voz, fazendo a turma se calar.
- Já pra coodernação, sua delinquente! – ela falou aos berros, enquanto eu saía sorrindo da sala.

Fui andando pra coordenação cantarolando, era uma festa ir lá. Eu comia biscoitinhos, e assinava um papelzinho, era minha rotina. O diretor já nem se irritava mais, ele achava só que eu era muito impulsiva com as coisas que fazia. Bem, ele tem razão. Fiquei um tempo lá conversando com ele, e depois ele mandou que alguém fosse pegar meus materiais na sala, disse que era melhor eu não voltar pra lá. Ele pediu que a secretária fosse avisar a professora.

Fiquei do lado de fora da sala dele, deitada em um banquinho de olhos fechados, estava pensando na minha vida ao lado daquele novato, quando de repente quem aparece com as minhas coisas? Sim, o novato… aquele garoto estava me perseguindo só pode.

- Hum… o novato… - disse me levantando e pegando minhas coisas das mãos dele.
- De nada. – ele sorriu.
- Não vou com a tua cara. – eu forçei um sorriso.
- Eu vou muito com a sua. – ele me olhou de cima a baixo – Voce é bem, estranha.
- O que? – eu não acreditei no que escutei.
- É. Voce é estranha e eu nunca namoraria com voce! – ele me olhou com desprezo.
- Digo o mesmo pra voce, novato. – só disse isso, e saí andando impressionada com aquilo.
- Quer uma carona? – ele perguntou me olhando ir.
- Não ando com novatos! – gritei sem olhar.
- Azar o seu, sua estranha. – ele disse debochado, andando na direção contrária.
- EU VOU ACABAR COM VOCE! – eu virei pra trás indo correndo atrás dele, que se assustou com aquilo.
- Tá possuída? – falou quando caiu no chão.
- EU TE ODEIO, SEU… SEU.. SEU… NOVATO! – eu estava em cima dele, enquanto batia no próprio.
- Eu sei que você esta louca por um beijo meu! – ele riu, quando eu olhei com mais raiva.
- Nunca! Nunca! Nunca! – eu saí de cima dele, correndo pra fora do colégio.

Fui embora pra casa correndo naquele dia, estava com um ódio daquele novato idiota, daquela professora feia, de tudo. Fiquei trancada no meu quarto, como sempre fazia quando chegava da escola. O Alex foi me ver, mas eu preferi que ele fosse embora… queria realmente ficar sozinha hoje.

Minha tia, a doce Susan veio me dizer que tinha visita… eu estava deitada na minha cama com o travesseiro em cima da cabeça, quando escutei aquela voz…

- Yasmim Alrit Tuig…
- O QUE VOCE ESTA FAZENDO AQUI? – eu me virei aos berros.
- Voce deixou sua carteirinha da escola cair, sua estranha. – ele se aproximou sorrindo.
- Porque voce me persegue e anda atrás de mim, posso saber? – perguntei.
- Porque voce me hipnotiza e porque é bem estranha. – ele falou rápido.
- Voce por acaso está dando em cima de mim? – disse com um tom de deboche.
- Mais ou menos. – ele se sentou na cama.
- Voce quer me beijar? – eu aproximei meu rosto do dele.
- Mais ou menos. – ele falava baixo.
- Então me beije! – eu olhei nos olhos dele e pude perceber como eram bonitos.
- Não! – ele disse se afastando.
- Porque não? – eu reagi mal, a aquela resposta.
- Voce nem sabe o meu nome. – ele me encarou.
- E isso importa? – perguntei.
- Muito. – ele estava sério.
- Hum, pra mim tanto faz. – eu dei de ombros e me afastei dele.
- Voce é bipolar, por acaso? – perguntou.
- Talvez, porque isso importa? – falei com ignorância.
- Muito… - ele disse se levantando.
- Onde voce vai? – perguntei o encarando.
- Pra minha casa… - ele abriu a porta.
- Porque? – eu pulei da cama.
- Voce quer que eu fique? – ele disse me olhando mais uma vez de cima a baixo.
- Sei lá. – dei de ombros, estava meio tensa.
- Tudo bem, até amanha. – ele fechou a porta saindo.

Fiquei uns 10 segundos meio off e depois me dei conta do que tinha feito. Como eu pude ser tão promiscua daquele jeito? Porque eu estava com uma vontade imensa que ele ficasse ali? Ele era apenas um novato, mas eu sentia que algo nele me chamava a atenção. Desci as escadas correndo, abri a porta e fui pra calçada, procurando algum sinal dele. Quando olhei mais adiante pude ver um menino com um casaco ajeitando alguma coisa na bicicleta, é era ele. Eu não pensei duas vezes e corri até ele que se assustou com a minha chegada repentina.

- Vai me bater de novo? – falou ficando de pé.
- Não, não vou! – disse um pouco sem folego.
- Então… - ele me olhava esperando que eu falasse algo.
- É… - eu me atirei nele, jogando meus braços envolta de seu pescoço enquanto dava um beijo nele que pareceu interminável.
- Isso. – eu disse quando finalmente nos separamos, e ficamos se olhando meio assustados.
- Prazer Nicholas. – ele sorriu, passando a mão pelo cabelo cheio de belos cachos.
- Legal. – eu sorri.
- Então, quer dar uma volta? – ele sorria sem jeito.
- Ahm… pode ser. – eu olhei pra bicicleta dele – Mas nisso?
- Ela é humilde tá! – ele apontava pra bicicleta.
- Mas tá quebrada. – eu disse.
- Ah, é me esqueci… - ele disse sem jeito – Ainda quer dar uma volta?
- Vou pegar meu casaco em casa, deixa sua bicicleta lá. – sorri.
- Beleza. – fomos andando.

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