quarta-feira, 12 de agosto de 2009

14° Capítulo - DTDA

Eu corria pelo corredor feito uma louca, eu não estava acreditando naquilo, ele não podia ter feito aquilo comigo. Minha cabeça doía, minha visão estava embaçada por causa das lágrimas que não paravam de cair. Eu estava chegando na saída, era só isso que pensava, em sair daquela escola o mais rápido possível, na minha correria eu acabei batendo em alguém, que me segurou para que eu não caísse, quando olhei para o rosto da pessoa pude ver que era ele.

Ele não falou nada e apenas me abraçou, eu me senti tendo um flashback de quando meus pais morreram, e a dor foi tão forte que eu não aguentava ficar no mesmo lugar que estavam os corpos, então eu saí correndo... e foi ele, ele quem me abraçou e deixou que eu tivesse o meu momento.

Ele foi andando comigo para o lado de fora da escola, nenhum som era ouvido, a não ser o barulho do meu choro, e o barulho das árvores que pareciam não aguentar a força do vento. Paramos em frente ao lugar onde sempre nos encontrávamos as escondidas no começo de tudo. Ele abriu o portão e me guiou até aquele lugarzinho que sempre foi especial para nós. Depois que ele tirou as folhas que cobriam a entrada, sentamos e eu dei um suspiro que parecia mais um gemido de dor.

- Eu gostaria de fazer alguma coisa por você. – ele disse baixo, enquanto eu me mantinha com a cabeça no colo dele.
- Ele... – eu não tinha forças para continuar.
- Ele não te merecia, Yasmim. – a voz era cortante, eu não consegui falar nada – Não chore por ele, não chore! – ele mantinha uma voz mais forte agora.
- Eu o amava! – falei rápido, enquanto tentava limpar as lágrimas.
- Ele te traiu com a Hillary, ele não te amava de verdade, Yasmim! – ele reclamou.
- É... você tem razão. – eu respondi entristecida.
- Olha faz o seguinte então, conversa com ele e com a Hillary pra saber a história toda. – ele disse fazendo carinho na minha cabeça.
- Sim, é isso que eu vou fazer. – eu me sentei e o abraçei.

Ficamos ali por um tempo, calados. Ele me olhava e eu desviava o olhar sempre, era um pouco difícil o olhar depois de tudo, mesmo ele sendo tão gentil comigo. Eu resolvi ir para a casa, queria deitar na minha cama e por um momento tentar esqueçer todo aquele pesadelo. Ele foi muito solidário ao me levar até em casa, mesmo que fosse arriscado alguém nos ver juntos. Eu parei em frente a porta para agradecer.

- Então chegamos... – eu disse ficando de frente pra ele.
- Pois é, olha fica bem ok? – ele sorriu.
- Tentarei. Bom, obrigada por tudo hoje. – eu dei um sorriso.
- Amigos servem pra isso não é? – ele me deu um abraço carinhoso.
- É... – respondi o abraçando.
- Acho que tenho que ir. – ele falou me soltando.
- Eu também tenho que ir... – eu o encarava – Valeu Bercin. – eu disse entrando em casa.
- Nada, Tuig. – ele disse antes que eu fechasse a porta.

A casa estava vazia, eu subi para o meu quarto e me joguei na cama, com o travesseiro em cima da cabeça. Por um momento, eu admito que pensei em me matar... mas logo essa idéia foi embora, isso era péssimo. Como eu pude pensar nisso? Eu me questionava enquanto tentava dormir.

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